Normalmente as homenagens são sempre póstumes, excepto quiçá aos que são realmente "grandes" e relevantes. Por isso mesmo e muito mais decidi hoje fazer aqui uma das mais sentidas homenagens que posso fazer, a um dos maiores homens que jamais conheci e que tive conhecimento em toda a minha vida, o meu Avô.
É mesmo daquelas pessoas que se não existissem teriam de ser inventadas. Um homem que aos 85 (!) anos ainda tem a força e vitalidade que tem, que vai a pé para o trabalho (25 minutos a pé para o trabalho mais 25 de volta para casa) e que eu muitas vezes não o conseguia acompanhar tamanha era a velocidade e vitalidade com que anda (e faz tudo o resto). Não me esqueço de uma vez estar no alentejo em cima duma laranjeira, e o vejo a passar por mim com um saco enorme enfiado no pulso, carregado de laranjas com uns 6 quilos de peso, e a subir ainda mais para o topo da árvore (!), teria ele os seus 80 anos já. E como esta história muitas e muitas mais outras há dele, mas se as contasse todas um blog apenas não seria suficiente para todas as histórias e estórias do "Sr Viana".
É provavelmente a ele que devo por exemplo a minha paixão pela fotografia, dado ele ter sido fotógrafo profissional toda a sua vida, e ter sido inclusivamente, o primeiro fotógrafo a fazer fotografias a cores em Angola (mais propriamente em Luanda). Desde miúdo que me lembro de estar em casa dele brincar com o mais diverso material fotográfico que ele tem por lá e sempre me senti fascinado com todo aquele material.
E das inúmeras vezes que ele tinha a enorme paciência de ir comigo até ao parque do Inatel ali em Alvalade, aos magníficos gelados da avenida de Roma, e mesmo passear até a minha árvore preferida ao pé da sua casa. Ou quando naquelas tardes que lá passava em casa e me contava (e ainda conta) as suas extraordinárias e cómicas estórias, das asneiras e loucuras que fazia quando era miúdo (e mesmo adulto....), ou de como conheceu a minha avó, ou de quando se metia sozinho no meio da selva africana de Angola (algo quase suicida !) para ir fotografar as mais diversas coisas. Enfim, o que não faltaria segurmente são coisas a dizer sobre ele.
É uma pessoa que apesar de teimoso e chato muitas e muitas vezes, tem um dos melhores e maiores corações que jamais me deparei em toda a minha vida. E em toda a minha vida nunca conheci ninguém (mesmo) que não o adorasse ou o achasse no mínimo fascinante e completamene cativante. É literalmente impossível não se gostar dele e é uma verdadeira honra ser seu neto.
Espero ainda conviver com ele muitos e muitos mais anos, pois como ele próprio diz, "É até aos 120 !" e não duvido mesmo nada ! Um homem que aos 85 anos tem mais força e vigor que a esmagadora maioria dos de vinte, 120 anos é o mínimo !
Bondoso, carinhoso, inteligente, bom avô, bom pai, bom marido, sempre bem disposto e a rir, entre dezenas e dezenas de muitas outras coisa é o mínimo que posso dizer dele.
Obviamente que não posso falar do meu avô sem falar da minha avó, o grande amor da sua vida (e ele o dela) que é outra pessoa que também adoro e amo e que é a melhor modista do mundo, sem a qual eu não teria a roupa arranjada decentemente ! Passam a vida a discutir, mas nunca viveriam um sem o outro e amam-se maisque tudo. São uma das maiores histórias de amor que já conheci ate hoje.
Obviamente que muito e muito mais ainda teria para dizer, mas penso que o mais relevante já referi aqui.
Ao meu querido e amado avô (vulgo "vôvô" só para mim !) e também á minha avó (vulgo "Biza" para mim e para quase toda a gente) a maior homenagem e honra por serem os meus avós. Amo-os muito.