domingo, 1 de outubro de 2006
A vida da morte
Quando um dia eu morrer
Apenas uma certeza terei
De que ninguém irá sofrer
Ou que diga "Por ti chorei"
Nascemos num dia
Morremos no outro
Enquanto crescia
Já estava morto
Falam em felicidade
E alegria de viver
Mas chegará a idade
Em que as irei ter ?
Tantas dúvidas
Tantos problemas
Tantas vidas
Tantos dilemas
Quando pergunto
"O que estamos cá a fazer ?"
Sempre escuto em conjunto
"Para a vida viver !"
Ja nem toco no assunto
Ja nem vale a pena dizer
Todos seremos defunto
A única certeza do ser
Onde vamos
Onde estamos
Quem amamos
Quem odiamos
A morte espera
Fraco ou forte
A vida desespera
Não há quem escape a esta sorte
O nervo da vida
O descanso da alma
Da pessoa esquecida
Pela eterna calma
Será que vale a pena morrer ?
Será que vale sequer a pena viver ?
Ninguém me sabe responder
Mas não o consigo esquecer
Nas ruas da amargura
Vagueio em vão
Talvez a procura da cura
Da imensa solidão
Desta vida de pouca dura
Sem respostas ou explicação
Onde todos fazemos a jura
Sempre sem hesitação
De ser bela e pura
Mas sempre sem perdão
Nos leva a loucura
Ignorando a ocasião
E em qualquer altura
Despreza a razão
Nem levamos bagagem
Desta pequena vida
Que é apenas uma viagem
Com bilhete só de ida
E quando te vires
Nesse beco sem saída
É tempo de ires
É a tua partida
Perguntas incertas
Sem razão
Respostas incompletas
Sem explicação
Mas o porquê disto tudo ?
Por que nos deixam cá vir ?
Se um dia surdo e mudo
Tu e eu teremos de partir ?
O tempo corre
A vida urge
Quando alguém morre
O que será que surge ?
O passado foi lá atrás
Que futuro nos espera
Nesta vida voraz
Que dia a dia acelera
E que de tudo é capaz
Tal uma vil fera
Sem rumo e sem norte
Vivemos a vida
Ignoramos a morte
Mas de cancro, peste ou sida
Do mais fraco ao mais forte
Não há como impedir a ida
Todos temos a mesma sorte
Até a terra á terra desconhecida
E quando eu for
Quem se irá aperceber
Uma simples dôr
Até se esquecer
Foi o meu calor
Mesmo sem querer
Até o meu odôr
Apenas menos um ser
Que irá para onde for
Marcos Sobral 2003
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6 comentários:
A poesia deve vestir-se com roupas limpas
mas suadas pelas palavras.
Á tua espera em:
www.blogtok.com
www.poesia.blogtok.com
fdx temos um cientista poeta k até tira umas fotografias... olha e a tua tb faz poema?? nao?? pk??
ja devias saber... a tua mae claro...
pombo (anonymous!) seu fdp diz a tua mae pa komeçar a xegar a casa do amanhecer que senao kkl dia k tt trabalho k ela faz de noite ali no tecnico tem um esgotamento sexual
helllloooooo
grd poema....
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